Marco Polo vence Kai Otton. Léo Neves despacha Jordy Smith. Pigmeu vira no fim sobre Taylor Knox e Heitor Alves nem toma conhecimento de Roy Powers.
O sábado começou muito bem na Praia da Vila. Sol, pouco vento e o mar tinha dado uma acertada. Marco Polo abre o dia em grande estilo contra Kai Otton, atual Top 12. Bateria bastante disputada, vencida por 14,17 a 14.
Léo Neves mais uma vez abusa do seu surf power estilo “Monster” e quebra a vala. Atá então, seria mais um dia no surf de Léo. Se o adversário não fosse Jordy Smith. A revelação do surf sul africano e sensação do surf mundial até que tentou, mas o Monster não quis nem saber e venceu por 12,33 a 11,40.
Jordy saiu da água bastante chateado, já que atualmente é o 22º surfista no Ranking, bem abaixo do seu nível de surf.
Ben Burgeois abre a bateria com uma onda 7,5 e não tem muita dificuldade em vencer o australiano Ben Dunn.
Márcio Farney, que havia chegado para o check-out em cima da hora, para desespero dos brasileiros, não conseguiu passar por um inspiradíssimo Jeremy Flores. Jeremy conseguiu a melhor nota e o melhor somatório do evento,até então. Ambos nesta bateria, sempre nas esquerdas.
Foi o melhor horário do mar, e muito bem posicionado no pico, obteve 8,17 e 9,8, uma onda quase perfeita, com bom tamanho e que se abriu para uma série de pauladas do francês.
Márcio não teve a mesma sorte na escolha das ondas e tanto esquerdas como direitas não funcionaram muito bem para ele, que marcou 12 pontos.
Flores, que namora a surfista brasileira Bruna Schimitz e é muito amigo do ubatubense Wiggolly “Guigui” Dantas, fala das suas excelentes ondas e desta amizade:
“ As ondas hoje estão boas, né.. Facilita muito. Eu estou muito feliz de ter conseguido passar mais uma.” fala ele num português perfeito. “ O Guigui é um irmão pra mim. Eu acompanhei a vitória dele em Ubatuba e foi o máximo. Ele merece.”
O aussie Tom Whitaker vence o basco Aritz Aramburu, por 14 pontos contra 11,20. Aritz periga não disputar o Tour 2009, já que é o 44º do Ranking e no WQS também não tem boa classificação: é o 71º.
Cris Ward não consegue deter Daniel Ross, que por também estar perdendo sua vaga precisa muito obter uma boa pontuação neste evento. Cris marca 13,33, mas Ross encaixa duas ondas melhores e faz 16,83 o terceiro melhor score do dia.
Mikael Picon e Mick Campbell travam um excelente duelo França X Austrália, mas os franceses conseguem sua segunda vaga para as oitavas, com Picon marcando 15,84.
Taj Burrow sobra na sua bateria não dando a menor chance para quem quer que fosse o adversário. Pior para os brasileiros, já que o adversário, neste caso foi Raoni Monteiro. Raoni surfou muito, sempre com manobras muito fortes e bem delineadas, mas Taj abusou do seu estilo e ultrapassou a marca de Jeremy Flores, obtendo 18,10 de 20 pontos possíveis.
Alejo Muniz faz uma bateria bastante disputada contra Bede Durbidge e mais uma vez mostra a sua constância, mesmo entre os grandes. Mesmo não tendo vencido a bateria, surfou com bastante clareza e determinação, obtendo bons scores. Durbidge, que vem como um dos indicados ao título, devido às muitas ausências dos Top, não desperdiçou a oportunidade e enfrenta Damien Hobgood nas oitavas.
Damien passou por Tiago Pires obtendo 15 pontos contra 13,9 do português. Tiago fala um pouquinho sobre suas não tão boas atuações e a expectativa para as etapas do WQS no Hawaii.
“Não consegui fazer uma boa bateria. Na verdade eu não consegui entender esse mar, desde o primeiro dia estou um bocado perdido lá dentro. Tento pegar as melhores ondas mas o resultado não está sendo muito bom. Este 17º não me ajuda muito também, mas agora tem duas etapas no Hawaii e eu já não tenho mais nada a perder mesmo... vou com tudo e vamos ver no que vai dar.”
Bernardo Pigmeu despacha a lenda Taylor Knox e mostra que filho de Fabinho Gouveia tem que ter estilo. Dominou durante toda a bateria, já abrindo com uma excelente direita, mas faltando trinta segundos de bateria Knox vira e deixa Pig precisando de 6,17. As séries riscam o horizonte e Pig vem em mais uma direita em que ele manda duas manobras de abertura muito fortes e ainda vem pagando as prestações da onda até o inside.
Obtém um 6,67 mais que suficiente e sai da água amarradão, bem ao contrário de Taylor, que não quis nem comentar a bateria.
“Eu fiz uma boa primeira onda, no começo da bateria, que foi me dando confiança, mas eu demorei para conseguir encaixar uma segunda onda boa. Mas durante a bateria eu consegui me acertar, peguei um 5 e pouco, e abri vantagem. Mas era o Taylor Knox... sabia que ele podia virar a qualquer momento. Ele está há muito tempo no WCT, é experiente, eu sou fã do cara, ele arrebenta, sou fanzão. Mas a sorte tava comigo, veio uma onda e eu consegui fazer logo uma boa manobra e consegui a nota necessária."
Jihad Khodr não consegue se encaixar na vala e facilita o trabalho de Dyyan Neve, que obtém 12, 33 e deixa Jihad na 17ª colocação. Jihad também não está numa posição confortável no Tour e tem que garantir sua vaga nas próximas etapas do WQS no Hawaii.
Jano Belo faz uma das baterias mais aguardadas do dia, contra C. J. Hobgood, que é o favorito da torcida em Imbituba. O campeão mundial sente-se muito à vontade aqui no Brasil e mostra isso no seu surf e nos bons resultados que obtém.
“Eu me sinto realmente bem aqui, parece que me dá boa-sorte. E hoje está bom, as ondas deram uma acertada, não tenho do que reclamar, está bem divertido. Eu procurei as direitas, que estão melhores... eu já tinha reparado isso. Até tentei umas esquerdas, mas o dia hoje está mais para as direitas mesmo. O dia também está bem bonito, a praia está cheia, as pessoas vêm ver o surf... é demais.”
Perguntado sobre o favoritismo, ele diz que a ausência de alguns surfistas não torna o campeonato menos importante.
“Todos os campeonatos são importantes... e é sempre bom encontrar e surfar com seus amigos. Eu estou bem, aproveitando o meu surf, estou saudável. Me sinto bastante forte e confiante para este campeonato.”
Na bateria seguinte Heitor Alves sobrou na vala e nem tomou conhecimento da existência do havaiano Roy Powers, que oprimido, fez o menor score do dia, 4,43.
Heitor é apontado pelos próprios surfistas como o Mick Fanning brasileiro, graças ao seu estilo e ele comenta essa brincadeira.
“Foi uma bateria excelente. Passei, estou muito feliz de conseguir mais um resultado, trocar essas notinhas que estão enferrujadas já...(risos). É só felicidade. Poxa...sobre isso do Mick Fanning...não sei nem o que dizer...(risos)...Depois dessa... Muito legal a galera achar isso de mim. Eu só penso em melhorar o meu surf e quem sabe trazer um título mundial mais pra frente...”
Fred Patacchia soltinho no pico não teve muitas dificuldades para vencer Hizunomê Bettero, que mesmo com esta derrota está garantindo sua classificação no Tour 2209 através do WQS.
“Eu consegui fazer uma bateria muito boa, em que eu me soltei bastante. É muito legal surfar num dia bom, com sol... e tantas pessoas na praia vendo o seu surf... E hoje à noite vão ter muitas festas. (risos)... Então... eu acho que as pessoas estão se divertindo muito. E nós viemos para brincar.”
Fred é o único havaiano que ainda continua na disputa.
“Não é tão ruim. Eu sou o único surfista, mas nós estamos no circuito fazendo alguns pódios, fazendo um dinheiro... e nos divertindo. Eu estou muito feliz de estar aqui no Brasil.”
Na última batera do dia o norte-americano Tim Reyes despachou o sul-africano Travis Logie por 13,67 a meros 5,20 pontos.
Nas oitavas de final se enfrentam:
Marco Polo X Léo Neves: um brasileiro jjá garantido nas quartas, mas também um já eliminado na disputa;
Ben Burgeois X Jeremy Flores: duelo EUA X França;
Tom Whitaker X Daniel Ross: dois aussies;
Mikael Picon X Taj Burrow
Bede Durbidge X Damien Hobgood
Bernardo Pigmeu X Dyyan Neve
C. J. Hobgood X Heitor Alves: o duelo mais aguardado do dia;
Fred Patacchia X Tim Reyes.
A previsão e que entre um swell nesta segunda feira, com séries em torno de 2 metros a 2,5. Os surfistas estão na expectativa e o clima na Vila é de festa.
Direto da Praia da Vila, Thaís Mureb com exclusividade para o Câmera Surf- o Site mais Surf do Brasil.
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